sexta-feira, 3 de agosto de 2012

esse não tem nem nome

um desespero pra juntar todas as roupas e ir embora, arrancar meus olhos e colocar novos, dar um chute no bloco e mudar a ordem das pecinhas... desfazer o já feito e fazer de novo.
não sei o que eu tanto procuro, procuro, procuro e não acho, ou não existe. daí que é um ápice de felicidade e depois tudo se esborracha no chão - as veias doem (isso nem foi metáfora!).
deitei pra ouvir música e pensei "vai ver que eu sou o pedro pedreiro esperando o trem que já veio", não porque a vida é tão ruim assim. trata-se de  uma saturação cortante que vai, vem, volta e manda tudo pra puta que pariu.
é tanto pensamento que nem eu me aguento mais e já cansei do modo como coloco as palavras.



tão chato esse buraco sem fundo.
desconfio que seja crônico.
e haja vírgulas pros meus textos.


eu queria trocar o modo de perceber as coisas e de brinde umas três caixas de controle e paciência, alguém me responde se existe um estado mais permanente de ser?



sexta-feira, 27 de julho de 2012

sobre eu falando pouco pra não dar mais confusão

de dentro do onibus enxergava-se dentro:  banco, catraca, descasque, anúncio e eu que ainda lá mas do lado de fora.
podiam ter aproveitado os olhos e visto paraquedas, meio sol, cachorro gordo, tanta nuvem, casa muito rosa, a praça na qual eu já não sentia mais nada e gato no muro - tudo estava lá. é que a fixação nos seus destinos as impediram. ou a preocupação do que fazer de almoço.
ou talvez simplesmente achem isso tudo banal, ué! a boba sou eu que por todos os dias cheguei no mundo ontem e elas "ué, tá aqui sempre. já vi tanto. tenho cinquenta anos de estrada e coisa mais importante pra pensar".

eu sempre me senti tão parte disso que não fala.


terça-feira, 19 de junho de 2012

tudo o que eu vejo são os sentimentos mais filhos da puta que existem - amor e sofrimento - jogados fora, desperdiçados, vãos.
o que sobrou de tudo foi a falta de preocupação de um lado e a decepção do outro, dessas que matam. vontade de nem sei mais (covarde demais pra expressar com firmeza que a resposta seria te esfaquear, tirar os olhos e berrar nos seus ouvidos até que os mesmos explodam).
 e eu que me culpava por minhas próprias confusões tenho agora cada fibra dilacerada e dói, hajam lágrimas pra mostrar: cada gota derramada é mais um canto vazio, dentro.
me pergunto se já não soube.

em meio a um desejo fortíssimo de sumir venho pedido pelo escuro pra esquecer, ser capaz de substituir o desespero da frustração cortante pela simplicidade da apatia. só.

sinto-me livre, pela primeira vez, pra te culpar.

domingo, 17 de junho de 2012

pra começar

(da varanda) eu preciso ser mais de tudo que achar tanto que só sou do que me vi sendo.
por isso é tanto medo do mundo: esqueço que toda a tralha do céu, vento, padaria e mar são parte minha e minha casa o universo inteiro. pensei agora que casa é a gente que cria.
se não fui colada aqui com superbonder os motivos que me prendem são o que crio no lugar da tal casa, pra que? pra nada.

esse texto tá tão fodido quanto minha cabeça, talvez por também ter sido escrito com tinta que você deu.
o que eu preciso (em meio a tantos) é parar de procurar nos outros as minhas próprias respostas;
a base da vida há de estar em mim.

sábado, 2 de junho de 2012

e é assim, não to mais aqui pra isso.
pior do que quem chega e te machuca na cara é quem provoca a dor e sai, fica quieto, assistindo. se ausenta sabendo.
não to mais aqui pra isso eu quis dizer que não sou passatempo, se é agora tem que querer que seja de verdade e dure - querer mais do que as outras coisas do mundo. porque eu me sinto.
igualar-me seria ridículo - eu vi depois, pra que fingir que sou o que não sou e tentar assim chegar em algum lugar? o destino seria indubitavelmente fictício.
e é a impressão que ficou: tudo delicado demais pra eu apoiar meu peso grande de medo ou amor muito.
então vai e corre pro que é seu e prezado por ti que gaveta nunca foi lugar pra meninas que não se censuram ao transbordar palavras.


                          pois que venham os que aparecem.

domingo, 27 de maio de 2012

http://www.youtube.com/watch?v=lZ4BWKZHe2w&feature=related


It's like you're trying to get to heaven in a hurry
And the queue was shorter than you thought it would be
And the doorman says, "you need to get a wristband"
You've got to lift between the pitfalls
But you're looking like you're low on energy
Did you get out and walk to ensure you'd miss the quicksand
Looking for a new place to begin
Feeling like it's hard to understand
But as long as you still keep pepperin' the pill
You'll find a way to spit it out, again
And even when you know the way it's gonna blow
It's hard to get around the wind.
Stretching out the neck on your evening
Trying to even out some deficit
But it's saber tooth multi-ball confusion
And you can shriek until you're hollow
or whisper it the other way
Trying to save the youth without putting your shoes on
Looking for a new place to begin
Feeling like it's hard to understand
But as long as you still keep pepperin' the pill
You'll find a way to spit it out, again
And even when you know the way it's gonna blow
It's hard to get around the wind.
I can hear you through my window
but I'm never quite sure who is who
but they want the world on a dessert spoon
It always sounds like they're fightin'
or as if that's what they're about to do
It might not hurt now but it's going to hurt soon.


no caso de palavras curarem cabeça pesada

 vontade de me acomodar bem no fundo do mar, substituir esse silencio fajuto por seus sons característicos, substituir o habitual pessoascarrosroupasruascamasmoveis por conchas e fazer de nós intrínsecos, que hoje aprendi essa palavra. trocar a mesmisse do chão por areia.
utopia do momento é  me retirar da vida e quando voltar estar tudo bem, encontrar paredes brancas e janelas abertas - eu sei que as coisas vão se ajeitar mas e enquanto isso?
no caminho eu pensei "to tão vazia que se caisse uma gota sozinha já faria toda a diferença", vendo de agora é possível me comparar com nordeste em tempos de seca pra ver se fica bonito. não fica não, parece só enfeite oco e tentativa frustrada de igualar sentimento a paisagem, isso é coisa?
 tava tão num empurra-empurra desgraçado que voltei chorando e desmontei o quadro em pequenos tópicos, comentei a respeito de todos (olha, se tem coisa que aprendi é usar a minha opinião) e me bateu o que um dia foi tão forte aqui dentro: a-cre-di-to.


 talvez eu possa (mais convincennnnte a mim mesma que isso, "deva") deixar a cabeça em 'volto já'.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

se você tem uma função no mundo, tenha certeza: é ser você mesmo. gostar do que você gosta, vestir o que você tem vontade, amar como você ama e falar o que você acha. pensar o que você pensa, rir do que você julga engraçado e chorar pelo que te magoa. que suas ações, palavras, idéias postas em prática e penteados de cabelo surjam de dentro de você. se quer ter uma meta na vida, que seja a de tentar fazer o mundo mais bonito pelo seu ponto de vista - afinal, ele é tudo o que você tem e tudo o que você precisa.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

dezesseis de março

eu disse que:
 a gente precisa descobrir os nossos próprios remédios (e eles mudam, assim como os sintomas).
 mas o de hoje foi um banco de madeira, algumas flores, céu fechado e um capuccino médio e bem quente - o de 6,20. além dos remédios, as vezes a gente também descobre verdades: as mais importantes são essas que a gente mesma se conta. elas conseguem dar leveza ao que estava pesado, trocar as lágrimas contidas por um sorriso, ainda que discreto ou iluminar o escuro (literalmente, graças ao bobão do sol que resolveu aparecer e me fazer tirar o épico moletom fodido do ramones).
se tem uma coisa da qual sempre fui adepta é a sinceridade. tento ao máximo ser sincera com os outros - e aí é hora de ser sincera comigo mesma ao invez de tentar engolir os próprios sapos.
ps1: lykke li também ajuda
ps2: queimei a língua.

hoje em dia o carteiro é esse cara moderno que sai por aí de azul e amarelo ouvindo mp3…

quarta-feira, 11 de abril de 2012

sentados

Dia de viagem. A gente pega o ônibus, eu e ele, porque os outros foram de carro. É que a gente não liga, estando juntos estamos bem. O destino é a praia mas eu uso moletom e chove na estrada, durmo um pouco abraçada no dito cujo e acordo quando o mesmo já dorme. E balança.
Aí a gente chega, desce do ônibus, pegamos as malas e chuva chata até a casa que ainda não conhecemos. Tinha cheiro de grama molhada misturada com sal e nossas peles ficam colantes como sempre acontece nesses encontros, mesmo distantes, com o mar.
Casa acolhedora, deixamos tudo pelo chão duvidoso, inclusive nossas roupas e nos encontramos frios num banho quente em meio a azulejos brancos estampando tulipas desbotadas e a água, quente. Ficaríamos lá por horas, sentados. Só sentados, mesmo, um sobre o outro - bastávamo-nos.
Os meninos já estão, e lá fora colocam músicas que começam a entrar sem pedir pela porta branca/madeira marrom clara descascada interrompendo nosso silencio ocasionalmente substituído por risadas, ainda que baixas.
Toalhas não tão macias mas roupas confortáveis, aparecemos, eu de cabelo molhado e o dele já seco, porque cabelo de menino é outra história. E uns jogam baralho, os outros tocam violão (apesar da música já existente que há minutos entrara pela porta branca/madeira) mas eu e ele estamos bem, ali, existindo. Com um pouco de fome, não nego. Foi aí que sentamos, e ficaríamos lá por horas. Sentados, só sentados - bastávamo-nos.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

eu não durmo ou durmo demais, eu me reviro em todos os cantos, eu me maceto no chão, eu procuro remédios, eu crio olhos inchados, eu desejo morrer, eu xingo tudo numa voz que não existe, eu procuro formas rápidas, eu sinto vontade de vomitar meus orgaos, eu não como nada ou eu como tudo, eu penso em subir lá em cima pra nunca mais, eu cancelo minha rotina, eu fico no escuro, eu me bato e eu me machuco, eu me forço a ficar feliz e logo volta, eu tenho vontade de jogar uma bomba, vontade de me mudar, vontade de arrancar os poucos cabelos que ainda me restam, eu queria poder ter me dito NÃO FAÇA ISSO MAIS UMA VEZ PORQUE ACABA ASSIM, eu queria não ter te ouvido 'nada precisa mudar se a gente não quiser', eu queria não ter nascido ou nunca ter morado aqui.
E VOCÊ, CARALHO? O QUE VOCÊ FAZ?

domingo, 8 de abril de 2012

mas meio que foda-se

talvez com um choro aqui e outro lá, tudo ha de ficar bem.
os relógios falantes da minha casa só servem pra me contar que não durmo pra pensar em pessoas que provavelmente não pensam em mim e sobre esse vício que venho tido em me deixar mal.
eu abro isso aqui e sempre vem o branco, mas quando deito ou quando ando ou quando leio as palavras vem sem o meu consentimento (de novo essa história), correm pela minha cabeça e bla bla bla que mal da tempo de guardá-las bem pra poder, posteriormente, distribuí-las gente a fora. MAS EU QUERO ESCREVER!
será que se destroi com tudo? seria capaz de pegar um céu azul e torná-lo cinza em instantes, é provavel que. torcer para o torpor, então.
e "eu não quero passar por isso nem mais uma vez" ela diz pra si mesma, então tenta pegar a maneira mais fácil e inconsequente que aparece pra fugir e se esconder do que não quer ver, amadurecida que é...

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

dezesseis de setembro

"eu gosto de comer besteiras, treinar ballet, ir bem nas provas e mudar o cabelo! e tirar fotos e mudar de casa, vou mudar ano que vem. gosto de tomar banho completo, vou testar esmaltes, roupas e penteados. EU GOSTO"