quarta-feira, 11 de abril de 2012

sentados

Dia de viagem. A gente pega o ônibus, eu e ele, porque os outros foram de carro. É que a gente não liga, estando juntos estamos bem. O destino é a praia mas eu uso moletom e chove na estrada, durmo um pouco abraçada no dito cujo e acordo quando o mesmo já dorme. E balança.
Aí a gente chega, desce do ônibus, pegamos as malas e chuva chata até a casa que ainda não conhecemos. Tinha cheiro de grama molhada misturada com sal e nossas peles ficam colantes como sempre acontece nesses encontros, mesmo distantes, com o mar.
Casa acolhedora, deixamos tudo pelo chão duvidoso, inclusive nossas roupas e nos encontramos frios num banho quente em meio a azulejos brancos estampando tulipas desbotadas e a água, quente. Ficaríamos lá por horas, sentados. Só sentados, mesmo, um sobre o outro - bastávamo-nos.
Os meninos já estão, e lá fora colocam músicas que começam a entrar sem pedir pela porta branca/madeira marrom clara descascada interrompendo nosso silencio ocasionalmente substituído por risadas, ainda que baixas.
Toalhas não tão macias mas roupas confortáveis, aparecemos, eu de cabelo molhado e o dele já seco, porque cabelo de menino é outra história. E uns jogam baralho, os outros tocam violão (apesar da música já existente que há minutos entrara pela porta branca/madeira) mas eu e ele estamos bem, ali, existindo. Com um pouco de fome, não nego. Foi aí que sentamos, e ficaríamos lá por horas. Sentados, só sentados - bastávamo-nos.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

eu não durmo ou durmo demais, eu me reviro em todos os cantos, eu me maceto no chão, eu procuro remédios, eu crio olhos inchados, eu desejo morrer, eu xingo tudo numa voz que não existe, eu procuro formas rápidas, eu sinto vontade de vomitar meus orgaos, eu não como nada ou eu como tudo, eu penso em subir lá em cima pra nunca mais, eu cancelo minha rotina, eu fico no escuro, eu me bato e eu me machuco, eu me forço a ficar feliz e logo volta, eu tenho vontade de jogar uma bomba, vontade de me mudar, vontade de arrancar os poucos cabelos que ainda me restam, eu queria poder ter me dito NÃO FAÇA ISSO MAIS UMA VEZ PORQUE ACABA ASSIM, eu queria não ter te ouvido 'nada precisa mudar se a gente não quiser', eu queria não ter nascido ou nunca ter morado aqui.
E VOCÊ, CARALHO? O QUE VOCÊ FAZ?

domingo, 8 de abril de 2012

mas meio que foda-se

talvez com um choro aqui e outro lá, tudo ha de ficar bem.
os relógios falantes da minha casa só servem pra me contar que não durmo pra pensar em pessoas que provavelmente não pensam em mim e sobre esse vício que venho tido em me deixar mal.
eu abro isso aqui e sempre vem o branco, mas quando deito ou quando ando ou quando leio as palavras vem sem o meu consentimento (de novo essa história), correm pela minha cabeça e bla bla bla que mal da tempo de guardá-las bem pra poder, posteriormente, distribuí-las gente a fora. MAS EU QUERO ESCREVER!
será que se destroi com tudo? seria capaz de pegar um céu azul e torná-lo cinza em instantes, é provavel que. torcer para o torpor, então.
e "eu não quero passar por isso nem mais uma vez" ela diz pra si mesma, então tenta pegar a maneira mais fácil e inconsequente que aparece pra fugir e se esconder do que não quer ver, amadurecida que é...