segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Sobre opiniões supostamente revolucionárias que talvez estejam revolucionando pro lado errado

Estive me perguntando sobre o que vale mais: meter os filhos desde pequenos numa escola integral e trabalhar, ter seu próprio dinheiro e ser uma mulher livre do pesadelo do machismo ou me ausentar do tal trabalho (fator ignorantemente considerado tão, tão importante) e criar meus filhos com o meu próprio amor, meus ensinamentos e cuidados, minha proximidade e respaldo.
 Há pelo menos cinco minutos optaria pela primeira opção - "quero ser uma mulher independente e bem resolvida, com meu próprio trabalho e meu próprio dinheiro".
 Agora, cinco minutos depois, vejo que bem resolvida e feliz serei mesmo ao mandar o trabalho temporariamente pro espaço e acompanhar de perto o desenvolvimento de novos seres humanos que trarei ao mundo - se deve haver uma revolução, que a mesma comece de dentro da minha casa. Quero ter certeza de que cresçam com meus laços e abraços, quero passar para eles tudo o que hoje sei e do muito que ainda vou aprender.
 Feminismo não deveria ser sobre a mulher (deixando claro que eu odeio isso de A MULHER, O HOMEM... e o próprio termo "feminismo" me trava por isso, me parece contraditório e não consigo ver de outro jeito por hora) fazer as suas escolhas com base nos seus próprios valores e sentimentos, suas próprias noções e intuições de certo e errado e não sobre necessariamente ser uma pessoa de negócios e financeiramente independente? Será que optar por acompanhar de perto as sementes que plantou no mundo crescerem seja mesmo esse tão temido machismo?
 Acho que não. Pra mim, é opção de mulher bem resolvida que não só se importa com seus sentimentos e prioridades como se preocupa com o mundo que ajuda a criar todos os dias. Parar de ter como fato (olha o preconceito dentro do antipreconceito, mais uma vez) o que um dia possa ter acontecido e enxergar além disso... não é nenhuma fraqueza dedicar alguns anos da sua vida ao desenvolvimento de um novo ser humano. Aliás, fraqueza mesmo é trocar tudo isso por uns trocados.
Esse texto é por menos crianças deixadas de lado e mulheres obcecadas por ganharem dinheiro achando que por a carreira acima de tudo é necessariamente uma atitude de poder feminino (um grande erro, ao meu ver, visto que o tal feminismo - ou revolução de si mesmo, assim não fica voltado pra nenhum gênero -  devem vir de dentro e não de regras ditadas por espertões) e mais mães que sejam mães.
E que o modelo de inspiração da sua filha seja você, e não a Beyoncé.
Por fim, que sejamos a nossa própria base...

Muito obrigada, Veronica!



Meu ps: Isso não foi uma crítica ao feminismo. Mas digo que tenho preguiça desse termo, acho que ficar batendo na tecla de mulher mulher mulher é desnecessario - ficar pondo genero e, sei lá, nome de movimento no meio de tudo pra que? Porque só não segue o que acha sem ter que ler uma lista de regras e se basear naquilo pro resto da vida? Ultimamente tenho medo de postar qualquer coisa que penso, ainda que tenha essa necessidade enorme por algum motivo que to querendo descobrir e matar, porque as pessoas entendem tão como querem. A gente nunca passa exatamente o que guardamos dentro. Enfim, agradeço por ser desprendida de termos e movimentos e regras da revolução e bláblá. Cada um faz sua própria, cada um é uma coisa, não é?

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